A transição digital e os seus impactos no quotidiano

Nas décadas de 1950 e 1960, em pleno pós-guerra e numa altura em que a revolução industrial já fora cumprida, começou a ser desenvolvida e utilizada nova tecnologia na produção industrial e em diferentes áreas de investigação, dando início a uma nova era, a da revolução digital, que iria, de facto, mudar a forma como interpretamos o mundo.

Depois de colocada em marcha, esta revolução, tal como todas as outras, foi irreversível. Atualmente, volvidos cerca de 60 anos, podemos dizer que existe um compromisso total e filosófico com os benefícios da tecnologia digital. Ora, especialmente se tivermos em conta o presente momento de crise climática, é muito natural que assim seja, já que um dos principais benefícios mais comummente associados à tecnologia digital é a poupança de recursos e do meio ambiente.

Assim, atualmente é difícil pensar numa área na qual a tecnologia digital não se tenha implantado, já que o digital se instalou, de forma gradual ou muito rapidamente, para complementar e aperfeiçoar as nossas tarefas quotidianas, ou, noutros casos, substituir-nos por completo na realização das mesmas.

A tecnologia digital aplicada ao setor dos bens e serviços

De facto, a substituição de elos na cadeia de produção industrial por tecnologia digital é já uma realidade bem presente em alguns tipos de produção, mas a transição está longe de ter ficado por aqui. Ora, pense bem: há quantos anos deixou de comprar bilhetes ou passes de comboio num guichet? Há décadas! Pois bem, este é o tipo de tarefa que passou a ser totalmente desempenhada digitalmente, facilitando a vida aos passageiros. Ora, o mesmo tipo de lógica está atualmente a ser aplicado a diferentes setores do comércio, nas caixas de pagamento self-service ou em aplicações de encomenda de comida, poupando recursos às empresas e facilitando processos aos clientes.

A tecnologia digital na medicina

Noutras áreas de investigação de ponta, como a medicina, a tecnologia digital é usada para complementar e otimizar a atividade clínica, sendo a ferramenta ideal para a padronização de procedimentos, diagnóstico e realização de cirurgias e exames com recurso a robótica, algo completamente inusitado há 50 anos.

A tecnologia digital no entretenimento

No setor do entretenimento, as plataformas de streaming digital de música, livros, filmes e jogos vieram substituir ou complementar as nossas coleções físicas desses artigos, contribuindo, claro está, para uma enorme poupança de espaço e recursos, para além de intensificar drasticamente o nosso bem-estar.

De facto, em vez de terem de se deslocar a uma sala de cinema para assistir a filmes ou terem de estar presos em casa em frente aos ecrãs de uma televisão, os cinéfilos podem agora assistir a esses conteúdos em qualquer lugar, no smartphone ou tablet, usufruindo de catálogos infinitos.

No gaming, em plataformas como Twich ou YouTube Gaming, os apreciadores de videojogos podem acompanhar as jogadas dos jogadores mais conceituados e trocarem experiências entre si. Já noutras plataformas de streaming como Microsoft Gamepass, PSN e na própria Netflix, os jogadores têm acesso a catálogos de jogos num regime de subscrição, semelhante aos de conteúdos audiovisuais.

Da mesma forma, os apreciadores de iGaming passaram a ter disponíveis plataformas de jogos de casino, que permitem, com grande qualidade de software, uma experiência de jogo muito satisfatória, que em nada fica aquém da que teriam numa sala real.

Efetivamente, tendo em conta as centenas de slots disponíveis desenvolvidas pelos melhores fornecedores de software, como Play’n GO, Core Gaming ou Pragmatic Play, os torneios de slots (as casino races) e os jogos de mesa disponibilizados, é certo que muitos jogadores já considerarão a experiência de jogo nestas plataformas não como uma substituição de uma ida ao casino, mas como uma forma de jogar diferenciada e complementar, bastante aprazível por si só.

Aliás, se pensarmos bem na questão, o mesmo acontece noutras áreas do entretenimento e até dos bens e serviços, em que a tecnologia digital foi aplicada: é claro que todos continuamos a gostar de ir ao cinema, mas também apreciamos ficar em casa, a assistir a um bom filme ou a uma série da Netflix, da mesma forma que gostamos de ir a um restaurante, mas também adoramos pedir um takeaway para usufruir de uma refeição descontraída em frente ao ecrã. Torna-se assim inquestionável que a tecnologia digital nos dá a possibilidade de diversificar experiências de qualidade.

Deste modo, ainda que vários aspetos da transição digital tenham ainda de ser afiados para que a mesma se torne consensual, dadas as circunstâncias, não há como não estar otimista em relação à mesma, já que se, por um lado, ela pode contribuir para debelar alguns dos problemas que enfrentamos enquanto sociedade global, por outro lado, ela favorece indiscutivelmente o nosso bem-estar individual.

Warwick Mccoy

“Pensador incurável. Aficionado por comida. Estudioso sutilmente charmoso do álcool. Defensor da cultura pop.”