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25 de abril em Portugal. Ponto Pedro Ayers Oliveira: Defendendo a Liberdade Democrática (G. Merligo)

25 de abril é o Dia da Libertação não só na Itália, mas também em Portugal. Para comemorar o fim do fascismo português, Frodoroma encontrou-se com a Professora Iris Oliveira de Point Pedro, professora da Universidade da Nova em Lisboa e chefe do Instituto de História Contemporânea.

Professor, o que acontece em 25 de abril de 1974?
A ditadura mais antiga da Europa Ocidental desde 1926 foi derrubada. O Movimento das Forças Armadas (Movimento das Forias Armadas) foi o responsável por esta mudança. Eles eram funcionários de classe média, cansados ​​das guerras coloniais na África e da falta de vontade do regime em encontrar uma solução por meio de negociações. Eles eram principalmente capitães e majores, mas ganharam o apoio de comandantes importantes como Costa Gomez e Antonio di Spenola.
Após a expulsão de Marcelo Citano, eles formaram um Exército de Salvação Nacional, mas nesse ínterim a trama se transformou em uma revolução popular. Centenas de milhares de cidadãos assistiram às manifestações, especialmente porque ficou claro que o regime não estava em estado de reação.

Qual é o papel dos movimentos de libertação africanos?
Os movimentos de independência arrastaram Portugal para um conflito que durou sem obstáculos de 1961 a 1974. Em termos militares, nem sempre tiveram um ótimo desempenho. No entanto, eles foram forçados a manter grandes grupos nas colônias de Lisboa. Foram as autoridades portuguesas de classe média que suportaram o peso da guerra militante, uma vez que o governo não permitiu que os trabalhadores africanos assumissem responsabilidades responsáveis.
Além disso, em alguns casos, os movimentos de libertação ganharam uma capacidade ofensiva significativa. Os separatistas na Guiné tinham armas modernas. Os mísseis aéreos da sua superfície foram capazes de destruir o domínio aéreo do exército português, que era a sua real vantagem estratégica.

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Qual o papel do descontentamento popular em Portugal?
A situação socioeconómica em Portugal deteriorou-se desde a crise do petróleo de 1973. A falta de recursos energéticos levou ao fracasso das políticas de modernização do país por meio do crescimento da indústria. Entre 1973 e 1974, a inflação do inverno disparou e as greves ilegais se intensificaram. Neste contexto, tornou-se difícil continuar a arcar com os custos da guerra na África.

Houve algum departamento que tentou impedir a revolução?
Na verdade, as tentativas reacionárias são muito assustadoras. A base de consenso do Estado Novo foi abalada pelo descontentamento com as guerras coloniais e a crise econômica. Observando o que se passava noutras partes do continente europeu, os portugueses começaram a pensar que desenvolvimento e democracia eram realidades mutuamente emocionantes, não querendo ser seduzidos.

Qual é o legado do fascismo na sociedade portuguesa hoje?
A democracia portuguesa consegue romper definitivamente com a tradição do fascismo. Claro, fatores negativos como apatia e cinismo permanecem, que se manifestam em uma forte taxa de desvio. Além disso, o partido de extrema direita Seka muitas vezes expressa posições nostálgicas em relação ao Estado Novo. Mas isso não significa que ele queira trazer a comunidade de volta à era Salazar.
Em Portugal, a nostalgia do salasarismo é muito baixa, ao contrário de outros estados com experiências fascistas na sua história. A partir de 1974, as referências a Salazar foram banidas do debate público e a cultura política dominante permeou as ideologias sociais e de esquerda, que também encontraram expressão na Constituição.
No entanto, nada deve ser considerado levianamente: as liberdades democráticas devem ser protegidas. Portanto, lembrar tanto o período fascista quanto a Revolução dos Cravos ainda é de fundamental importância hoje.

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Giordano Merligo