Também se espera que o componente do foguete não queime completamente na atmosfera: “Esperamos que um fragmento pesando entre 5 e 9 toneladas atinja o solo”, observam os especialistas da Cordes. Os principais estágios da maioria dos foguetes de classe orbital são projetados para descer na atmosfera logo após a decolagem, com um pouso direcionado no mar ou em partes de terra escassamente povoadas, ou para pousar para que possam ser reutilizados, como o SpaceX Falcon 9
“60-70% dos estágios centrais de foguetes lançados ao espaço estão sujeitos a reentrada descontrolada, mas geralmente são objetos muito menores”, explica Ansa Luciano Anselmo, pesquisadora do Instituto de Ciência e Tecnologia da Informação “Alessandro Faido” do Cnr (Isti-Cnr) e especialista em dinâmica espacial. “Neste caso, por outro lado, estamos falando de 25 toneladas – acrescenta Anselmo – é o objeto mais massivo que pode voltar incontrolavelmente.”
A parte do foguete que retornará à Terra, na verdade, é o palco principal, ou seja, o cilindro central equipado com dois motores. Luciano Anselmo continua: “Normalmente este grande arremesso não entra em órbita, mas volta a cair no mar de forma controlada imediatamente após o lançamento.” “Esse tipo de missão, por outro lado, exige que o palco principal também entre em órbita, o que coloca o problema que estamos discutindo, pois não há possibilidade de religar os motores para direcionar a queda do míssil. Um problema que se repetirá – diz o pesquisador – com o lançamento da terceira unidade necessária para construir uma estação espacial chinesa Tiangong”.
O componente Longa Marcha 5B retornará à Terra de maneira não supervisionada, como também aconteceu em missões anteriores: após o primeiro lançamento em 5 de maio de 2020, o campo principal pousou na costa oeste da África, enquanto em maio de 2021 na Índia Oceano.
“Está claro que a China não atende aos padrões de responsabilidade para detritos espaciais”, disse Bill Nelson, administrador da NASA. “É imperativo que a China e todos os países que viajam no espaço, bem como entidades comerciais, ajam com responsabilidade e transparência – acrescenta Nelson – para garantir a segurança, estabilidade e sustentabilidade a longo prazo das atividades no espaço”.
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