Este ano, Portugal poderá registar um crescimento do PIB de 2,4%, quase o dobro da média da UE (e do crescimento estimado da Itália). A taxa de desemprego deverá rondar os 6,5%: há menos de dez anos estava acima dos 16%. Estes dados ajudam também a compreender como Lisboa conseguiu repatriar perto de 18 mil portugueses para a sua terra natal nos últimos anos, especialmente jovens que fugiram para o estrangeiro.
Chamam-lhes “migrantes da Troika”, porque abandonaram o país na altura da crise do euro e da intervenção financeira em Portugal por parte da União Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, entre 2011 e 2014. Para que Portugal não entrasse em incumprimento, desenvolveu o Programa de Reforma do Sangue e do Sangue, entre os resultados do qual esteve um êxodo em massa de crianças e adultos. Parte dela iniciou o seu percurso de regresso, dando confiança ao novo rumo económico do país liderado pelo primeiro-ministro socialista António Costa. Ele sentou”recuando“, o programa de fuga de cérebros lançado pelo governo há quatro anos.
Na verdade, o programa destina-se a imigrantes de segunda geração, ou seja, aqueles nascidos no estrangeiro de pais portugueses que possam estar interessados em redescobrir as suas origens, trazendo as suas competências de volta ao seu país de origem. A grande maioria dos beneficiários do programa Regressar (57%) saiu de Portugal entre 2011 e 2015. Imigrantes da Troika, especificamente.
“Muitos são jovens elegíveis que regressam quando decidem ter filhos”, comentou a ministra do Trabalho, Ana Méndez Godinho. “Começaram quando o desemprego era de 15% e agora é inferior a 7%”, acrescentou. O programa, que vigorará até 2026, oferece um incentivo económico a quem decide regressar ao trabalho em Portugal. O apoio, que pode incluir também a cobertura de despesas de relocalização, pode ultrapassar os 3.300 euros e destina-se aos trabalhadores e seus familiares e é superior para quem decide mudar-se para zonas menos povoadas em zonas remotas. O maior número de candidaturas veio da Suíça, França e Reino Unido e, entre os candidatos, cerca de 40% tinham habilitações literárias universitárias.
“Numa economia baseada no conhecimento e na informação, os países e as organizações precisam de pessoas qualificadas. É por isso que há uma batalha feroz na Europa para controlar essas pessoas – afirma Miguel Fontes, Secretário de Estado do Emprego – Sabemos que temos um problema demográfico. em Portugal e não conseguimos ultrapassá-lo, “apenas esperamos que o ciclo se inverta”. Um dos constrangimentos que o país sofre são os baixos salários: “Temos várias medidas em curso nesse sentido, a começar pelo aumento dos salários dos jovens e pelo combate ao trabalho precário”, acrescenta Fontes.
Outro problema é o alto custo do aluguel, principalmente em Lisboa. Por um apartamento de 80 metros quadrados pode pagar até 1.200 euros por mês, enquanto o salário mínimo ronda os 760 euros. Os protestos contra a crise imobiliária tornaram-se o maior problema de Costa, que antes de se tornar primeiro-ministro também foi presidente da Câmara de Lisboa. É um problema que ameaça frustrar os esforços para restaurar a fuga de cérebros.
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