Thomas
Minerva *
A ciência é a única ferramenta à disposição da humanidade para enfrentar as crises da era moderna (meio ambiente, saúde, energia). No entanto, por mais de um século, a ciência tornou-se uma possibilidade. O estudo, análise e estimativa de fenômenos naturais, sociais e humanos tornaram-se estatísticas e com isso a incerteza desempenha um papel importante. Cada análise, estudo, previsão (mas seria melhor usar o verbo “estimar”) carrega o ônus da incerteza e do erro. Um erro que os cientistas sabem avaliar, mas às vezes se esquecem de fazer. Eles sempre se esquecem de se comunicar. Além disso, o resultado do estudo depende das condições experimentais ou observacionais. Isso corre o risco de se transformar em uma mistura explosiva. Se as condições mudarem, todo o processo de análise termina e a incerteza se torna tão grande que é inútil. No entanto, o pavio é representado pelo comportamento humano. Estudiosos movidos pelo ego expressam verdades absolutas que não são, esquecendo a incerteza e as probabilidades. A mídia que exagera e às vezes grita esses “fatos”. Populações tratadas como crianças ignorantes evitam a expressão plena (às vezes complicada) da pesquisa científica, acostumada a buscar cada vez mais o método da simplificação extrema. É por isso que as “previsões” sobre o número de infecções por COVID-19, bem como sobre desastres ambientais, estão erradas. Pois estamos falando de “expectativas” que enfatizam seus traços esotéricos e absolutos, em vez de estimativas carregadas de toda a incerteza. Se as condições então mudarem – novas normas, novos comportamentos de grupo – talvez de forma imprevisível – uma nova variável – que configura um novo cenário e requer novas análises. Não é um fracasso, mas pode se tornar um fracasso se a ciência não for comunicada com rigor e humildade, sempre focando no sistema da incerteza. Isso é para evitar um verdadeiro fracasso: que a ciência se torne opinião.
* Professor Titular de Estatística Unimore
“Guru de comida típica. Solucionador de problemas. Praticante de cerveja dedicado. Leitor profissional. Baconaholic.”
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