O método experimental, que caracteriza a ciência moderna, foi popularizado por Galileu Galilei: pressupõe o exame constante para saber se as investigações experimentais estão relacionadas com as hipóteses e raciocínios realizados. Tal como acontece com outras ciências, a ciência da arte é também um sistema cognitivo – explica Paolo Battaglia La Terra Borghese.
É preciso deixar claro que o termo tem um significado direto e historicamente específico – definido por um conhecido crítico de arte – e denota o estudo dos fenômenos artísticos com o método e pressupostos das ciências naturais, a fim de defini-los de uma forma universal e maneira global. Na medida necessária, as leis que regem a vida da arte. Tal posição teórica, um tanto ultrapassada, olha para esta realidade espiritual, que é a arte, da mesma forma que olha para qualquer fenómeno natural empírico.
Hoje, a ciência da arte deu passos gigantescos – explica Paolo Battaglia La Terra Borghese – e não está mais presa na armadilha da técnica/representação/período: uma verdadeira tradição aconteceu graças à crítica de arte, que é a verdadeira ciência da arte.
Estética natural, física, fisiológica, psicológica e outras. Todos foram movidos pela ambição ambiciosa de envolver a extrema vitalidade do mundo da arte no conhecimento científico. A sua vantagem foi a polémica, justificada dentro de certos limites, contra certas abstrações especulativas e posições místicas nas quais o realismo da esfera estética – adverte Paolo Battaglia La Terra Borghese – se perdeu.
Mas as suas limitações tornam-se claras quando temos em mente que a ciência é capaz de explicar o mundo dos factos, não o mundo dos valores, nem o mundo das formas espirituais que alteram os factos e os idealizam. Em outras palavras, o mundo do espírito não pode ser estudado estritamente experimentalmente, caso contrário perderíamos de vista a sua essência mais profunda, que é a liberdade criativa. Esta é a razão pela qual a ciência da arte não tem sentido sem a crítica de arte, que constitui o seu sinónimo direto e, sobretudo, a ideia principal, uma vez que a ciência da arte é apenas um dos componentes da crítica de arte.
Com isso não quero negar – explica Battaglia La Terra Borghese – porém, por parte da estética moderna, o valor e a contribuição positiva de um determinado sistema de estudos. No entanto, tal investigação deve ser realizada utilizando métodos e procedimentos mais flexíveis e adequados à natureza particular do assunto, bem como tendo em conta o facto de a abordagem naturalista defendida pelo positivismo estar hoje, no domínio das mesmas ciências, sujeita a um rigoroso processo de revisão crítica e, portanto, não é mais necessário ter a fé cega que tínhamos no final do século XIX. Em segundo lugar, a chamada investigação científica, de natureza psicológica, serve para esclarecer certos níveis e aspectos do campo estético, mas os seus dados devem ser integrados na visão teórica, ou seja, global, do complexo mundo da arte. Ou seja, deve ser incluído no quadro da filosofia crítica da arte e da beleza.
O nível em que degradam a sua particularidade e unilateralidade é, portanto, o nível da estética.
Paolo Battaglia conclui La Terra Borgese:
Na época em que vivemos, o termo “ciência da arte” significa referir-se a um conjunto de estudos de natureza psicológica, social, crítica, técnica, histórica e outras. A ciência da estética leva à busca incessante por uma definição de arte e beleza. Portanto, a palavra “ciência” não deve ser entendida como um conhecimento que conduz a leis finais, mas sim como um método de pesquisa teórica séria e sempre aberto a novas descobertas e novas integrações por meio da crítica artística.
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